Paulo Cupertino Matias foi condenado a 98 anos de prisão em regime fechado pelo triplo homicídio qualificado do ator Rafael Miguel e de seus pais, Miriam Selma Miguel e João Alcisio Miguel, assassinados a tiros no dia 9 de junho de 2019, na zona sul de São Paulo. O júri popular, composto por sete pessoas, considerou Cupertino culpado pelo crime cometido por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
O julgamento ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, e se estendeu por dois dias, sendo concluído na noite desta sexta-feira (30). Durante a primeira audiência, foram ouvidas testemunhas, além dos acusados. Cupertino negou a autoria dos disparos, demonstrou nervosismo e respondeu apenas às perguntas feitas pela própria defesa, recusando-se a falar com os representantes do Ministério Público.
Além de Cupertino, também foram julgados Wanderley Antunes Ribeiro Senhora e Eduardo José Machado, acusados de ajudá-lo na fuga, emprestando dinheiro e oferecendo abrigo. Entretanto, ambos foram absolvidos após pedido do Ministério Público, que considerou que eles foram enganados pelo réu. Cupertino ficou foragido por mais de dois anos e foi capturado em 2022.
O crime que chocou o país teve como motivação o relacionamento de Rafael Miguel, então com 22 anos, com Isabela Tibcherani, filha de Cupertino, na época com 18 anos. Ao longo do processo, sete testemunhas foram ouvidas, incluindo Isabela e a ex-esposa de Cupertino, Vanessa Tibcherani, que relataram episódios de violência doméstica praticados pelo empresário. A condenação encerra um dos casos de maior repercussão envolvendo violência familiar no Brasil.
