A Suprema Corte da Argentina manteve nesta terça-feira (10) a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão e a inabilitação perpétua para exercer cargos públicos. A decisão foi tomada pelos juízes Horacio Rosatti, Carlos Rosenkrantz e Ricardo Lorenzetti, que rejeitaram o recurso apresentado pela defesa da líder peronista, encerrando uma das etapas mais importantes do chamado “caso Vialidad”.
Cristina Kirchner foi condenada por irregularidades em 51 licitações de obras rodoviárias na província de Santa Cruz, base histórica de sua atuação política e de seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner. O caso envolve acusações de istração fraudulenta e prejuízos à istração pública, com favorecimento sistemático ao empresário Lázaro Báez, que recebeu contratos milionários durante os mandatos da ex-presidente.
A sentença, agora confirmada pela mais alta instância judicial do país, havia sido emitida por um tribunal inferior em 2022 e ratificada pela Câmara Federal de Cassação Penal. Como Cristina tem 72 anos, caberá a outro tribunal avaliar se ela poderá cumprir a pena em regime de prisão domiciliar.
Mesmo com a condenação, Kirchner nega todas as acusações e afirma ser vítima de perseguição política. Dias antes da decisão da Corte, ela anunciou sua intenção de disputar uma cadeira no Congresso nas eleições legislativas de setembro, por um distrito estratégico da província de Buenos Aires. A confirmação da sentença promete intensificar o embate político no país, podendo unir o peronismo como força de oposição ao governo do presidente libertário Javier Milei.