Uma nova vítima do frio foi registrada nas ruas de Porto Alegre na segunda-feira (9). Franciele, em situação de rua, tornou-se a quarta pessoa a morrer na capital gaúcha em um intervalo de menos de duas semanas. As mortes acontecem em meio à queda nas temperaturas e reacendem o debate sobre a ausência de ações eficazes do poder público.
As ocorrências anteriores envolvem os nomes de André, Antônio e Manuel, todos localizados em pontos como a Avenida Farrapos e a Voluntários da Pátria, com suspeitas de hipotermia ou causa ainda indefinida. Segundo a Pastoral do Povo da Rua, os locais onde essas pessoas foram encontradas carecem de atendimento adequado.
Em resposta, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal realizou reunião com representantes da prefeitura, Defensoria Pública, Ministério Público e movimentos sociais. A reunião revelou divergências sobre a eficácia das ações da prefeitura, como a Operação Inverno, que teria feito 41 abordagens, mas obteve apenas uma aceitação de abrigo.
Durante a reunião, entidades questionaram o motivo da recusa por parte da população vulnerável. Para os representantes das organizações civis, a baixa adesão evidencia falhas estruturais nos serviços sociais, necessidade de revisão de políticas públicas e maior acolhimento psicossocial para pessoas em situação de rua.
